Diz o ditado “Deus deu uma vida pra cada um, pra cada um cuidar da sua”. Então, vou aproveitar a sabedoria popular para criar minha paráfrase: “Deus deu um blog pra cada um, pra cada um cuidar do seu.” Explico. Há alguns dias encontrei uma amiga e, conversando sobre o que ambas estávamos fazendo de bom, ela me perguntou:
– Você tem blog?
– Sim – respondi.
– Mas é um blog profissional?
Começa aí o ponto do incômodo. O que seria um blog profissional? Melhor dizendo: o que seria um blog profissional para uma redatora, como eu? Pensei. Pensei… Meu blog não é profissional? Depende do ponto de vista.
Certamente a amiga em questão esperava que eu escrevesse sobre assuntos mais “sérios”, suponho. Há blogs sobre marketing, sobre inovação, sobre gestão de conhecimento, sobre gastronomia e até sobre budismo (todos ótimos dentro de suas propostas e escritos por grandes amigos). Mas e o meu blog? Pra mim é de uma seriedade imensa, embora o tempo me traia na atualização constante. Afinal, nele trato de memórias e histórias. Se você lembrar que sou redatora, isto está altamente de acordo com minha profissão, que afinal é: escrever.
É curioso. Blogs de assuntos empresariais são profissionais. Outros se enquadrariam mais como blogs de comportamento e outros ainda como pessoais (acho que foi nesta categoria que minha amiga quis me enquadrar até com certo desdém). Bem, vamos lá. O site Museu da Pessoa é profissional ou pessoal? Afinal, seu conteúdo são histórias pessoais. Diga-se de passagem é uma grande idéia, que muito me atrai.
Se a gente for olhar mais a fundo a controvérsia que gerou este post podemos dizer que o problema é a velha dicotomia entre emoção e razão. Blogs pessoais são emocionais. Blogs profissionais são racionais, trazem informação “relevante”. E aqui cabe a pergunta: relevante pra quem? Já li histórias de vida que foram muito mais relevantes pra mim do que tratados de marketing ou economia. O que faz a relevância? O que faz um bom conteúdo? Depende muito de quem lê e com qual fim. Se a escritora de Harry Potter, J. K. Rowling, tivesse ouvido as críticas que certamente surgiram no seu caminho até virar best-seller, teríamos perdido muito do sonho, da imaginação, da fantasia, da emoção enfim. Que bom que ela escreveu literatura fantástica e não sobre assuntos “racionais”. Há lugar para todos, penso eu.
Bom seria se todos os blogs fossem não só profissionais, mas também pessoais, recheados de opinião verdadeiramente. E não cópias muitas vezes de outras matérias divulgadas aos bilhões pela web. Quem me lê sabe que busco escrever a partir da veia e do coração. E isso pra mim é altamente sério, altamente necessário, e altamente profissional. Sou uma contadora de histórias, minhas ou não. Então, tomem seus acentos e vamos juntos seguir viagem, independente do que o senso comum aceite como importante ou não. Todos estão convidados.
Sabe que um aspecto dos teus escritos têm me incomodado bastante?
No caso de gastronomia (ou culinária, como muitos gostariam) você tem uma infinidade de blogs que são apenas divulgadores de receitas alheias, inclusive nem se dando ao trabalho de modificar alguma coisa: é puro copiar/colar.
E o pior é que se você for olhar suas estatísticas vai ver que estão sendo acessados por MUITA gente mesmo.
E aqui eu proponho uma pergunta: o que o povo quer ler? O que o povo quer aprender nessa enorme biblioteca livre que é a internet?
Eu, continuo firme no meu propósito de apenas publicar coisas sérias e até o material de publicidade sofre um crivo muito especial de forma a não contradizer a “linha editorial” mesmo que seja tentado pelos $$$$
Sim, carlos, o importante é o conteúdo. A qualidade muitas vezes anda longe. O empenho em oferecer algo realmente bom, também. Mas vamos aí, escrevendo nossas delícias: você as do corpo e eu as da alma. Tamos juntos, amigo! :-) bjs
Pessoas, em geral, tem necessidade de atribuir rótulos às coisas. Importante mesmo é que vc entrou o ano com pique total pra dedicar energia ao blo. Seja de que tipo for (ou de tipo nenhum), o exercício da escrita já é excelente.
:)
Shirloca, se tem uma coisa que gosto, é de ler seu blog. Sempre me arranca um sorriso! Me faz pensar e faz bem para minha alma. Por favor, não se deixe influenciar sobre o que “deveria ser” e continue sendo o que vc é e gosta de escrever. Super beijo !
Obrigada, Cris, Marcinha e Cacá,
fico muito feliz que gostem e que comentem. O wordpress andou meio fora e por isso não consegui responder vocês mais rapidamente. Bjs